quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

09.08 - AMBIENTE

sequestro de carbono

Ao abrigo do Protocolo de Quioto, poder-se-ía estudar, com grandes ganhos financeiros para a autarquia, a utilização das Minas de Carvão da Bezerra para sequestrar carbono e libertar cotas a poluidores, se não houvesse, como parece, perigo para o ambiente. Este é, sem dúvida, um negócio de futuro, de largos proveitos. O excesso de dióxido de carbono, CO2, resultante da queima de combustíveis fósseis, que se acumula na atmosfera, provoca prejuízos no ambiente, influencia o clima do planeta e pode ainda levar ao pagamento de elevadas multas. Para combater esta situação estão a surgir projectos pioneiros de sequestração de gás carbónico em minas de carvão abandonadas, desenvolvidos pelo Centro de Investigação em Alterações Globais, Energia, Ambiente e Bioengenharia da Universidade Fernando Pessoa, com quem falei ens fins de 2007. Existem vários métodos de sequestração e o do carvão é extremamente vantajoso, porque fica retido no interior da matéria e “nunca mais vem cá para fora”, assinala o professor Manuel Lemos de Sousa. O grande objectivo deste, segundo explica, é fazer o abatimento do CO2 de produção industrial, especialmente por motivos de legislação. Há directivas europeias que obrigam a eliminação de excessos e Portugal já propôs a Bruxelas mais de trinta milhões de toneladas. Se o país produzir mais do que o previsto terá que pagar multas tremendas. Só vinte e nove milhões de toneladas de combustíveis fósseis são para o fabrico de cimento, cal, ferro e refinarias de petróleo, pelo que quem investir nestes projectos pode tirar dividendos importantíssimos, que pode aplicar noutros projectos. No balanço energético, contabilidade de energia em percentagem, sabemos o volume dos combustíveis fósseis produzidos. Em 2020 prevê-se que tenhamos vinte por cento de renováveis, mas faltam ainda oitenta por cento e esses só se poderão ir buscar ao carvão ou urânio, por exemplo. Devidamente estudado, o projecto ficaria, em pouco tempo, pronto a arrancar e está encontrado o local onde fazer esta sequestração. Uma oportunidade para a Mina da Bezerra.O sequestro de carbono, conceito adotado pela COP3, Quioto, 1997, é a captura e estocagem de CO2 e CO2 - equivalente da atmosfera, com a finalidade de conter e reverter o aquecimento resultante do efeito estufa. Com esse intuito, uma variedade de meios artificiais de captura e de sequestro do carbono, assim como processos naturais, estão a ser estudados e explorados. A separação e eliminação de CO2, procedentes da queima de combustíveis fósseis e de gazes de combustão em geral, fraccionando o resultado em concentrados de hidrogénio e CO2 para armazenamento, a longo prazo, em minas de carvão, é um bom método de sequestrar o carbono. O sequestro de carbono é parte do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Um dos pontos chave do debate sobre sequestro de carbono em minas abandonadas diz respeito às condições de permanência ou não-permanência do carbono armazenado. Essa possibilidade fez com que apenas reservatórios permanentes fossem aceites para propósitos avalizados pela política climática. Associando as tecnologias ultramodernas de carvão 'limpo' à recuperação assistida de hidrocarbonetos e ao sequestro de carbono, o projecto permitiria reduzir milhares de toneladas de gazes com efeito de estufa por ano, produzindo muitos mega watts de energia limpa e bastos euros para ou cofres da autarquia.
Para este desafio, seria muito boa uma parceria com uma universidade para patrocinar a investigação de métodos capazes de captar o carbono da atmosfera e, assim, contribuir decidida e pioneiramente para a solução do maior problema dum futuro que se avizina e que, se nada for feito, trará alterações climáticas capazes de ditar o fim deste planeta, ainda azul.

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