quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

09.01 - AMBIENTE

novos desafios ambientais

Desde a explosão dos movimentos ambientalistas, na década de 80, até hoje, ocorreram diversas transformações tanto na consciencialização do público, em relação à defesa do meio ambiente, quanto nos actores responsáveis pela degradação ambiental. Um dos novos desafios para as ONG, Organizações Não Governamentais, tem sido encontrar meios de aliar grandes áreas de protecção ambiental ao desenvolvimento social das populações que ali vivem. Hoje, com a engenharia genética, a biodiversidade vale muito. Se a tecnologia evoluir para um certa independência em relação a disponibilidade de genes na natureza, então a biodiversidade passa a não valer pouco. A ciência já não faz dos aglomerados urbanos uns fantasmas que todos queriam ver longe, mas que não dispensam. A dificuldade de implantação de projectos ambientais decorre de uma baixa capacidade de planeamento e intervenção do poder público, ou seja, não há, na minha opinião, nenhuma incompatibilidade intrínseca entre a expansão urbana e a conservação ambiental. O que há é a degradação ambiental decorrente desta expansão urbana relacionada com falta de presença de um poder coerente, no planeamento desta expansão urbana. Na verdade as áreas ambientalmente mais significativas, como as áreas do PNSAC, são consideradas áreas complicadas. O problema reside sobretudo na da baixa percepção e não na correlação entre o uso racional dos recursos e a qualidade de vida. De forma geral, as pessoas não estabelecem esta correlação. Ainda prevalece a ideia de que os recursos naturais são infinitos, inesgotáveis. Assim, não se sente responsabilidade no desperdício de água ou de energia eléctrica, por exemplo. Nesta matéria não se pode isentar poder público da sua responsabilidade. O poder público tem obrigação de pensar à frente e deve cumprir e fazer cumprir a legislação, que estabelece um conjunto de condições para o uso adequado e a conservação dos recursos naturais. O tipo de estratégia, seguido até agora, não trabalhou a questão essencial, da percepção pela sociedade do valor intrínseco da biodiversidade e dos recursos naturais. Os cenários, que temos hoje, apontam o crescimento do movimento ambientalista focalizado, especialmente, no desenvolvimento de acções de conservação e recuperação de áreas degradadas, há muito descuidadas.

Sem comentários:

Enviar um comentário