quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

06.06 - CULTURA

uma ideia para o novo espaço cultural

O novo espaço museológico, aqui proposto, que poderia chamar-se VIA HOMINIS e ter como lema Cinco Olhares - Cinco Sentidos, comportaria duas unidades distintas, uma de ar livre, na actual Central Termoeléctrica, a que seria restituída a sua memória industrial, com a reconstrução de parte da linha, fornos e coluna de refrigeração e onde seriam exposto o espólio mais “livre” do museu a par da locomotiva que alimentou de carvão e uma outra unidade, nova, moderna e de dois corpos, onde se instalaria o espólio de maior cuidado e todo o arquivo municipal, corpo castanho, e um conjunto de salas, de oficinas para estudos e de espaços para conferências ligadas ao museu.
O projecto contempla a requalificação da Central Termoeléctrica através da criação de novas valências que incluem um edifício novo e arranjos exteriores com a criação de espaços também musealizados. Uma vez concluído, Porto de Mós seria outro.
Destinado a ser um museu interdisciplinar, de abrangência territorial internacional, albergaria múltiplos usos, distribuídos de acordo com as especificidades dos espaços. Assim o edifício da Central Termoeléctrica funcionaria como espaço de evocação histórica industrial. O edifício novo receberia os cinco museus:


Casa da História Natural
Com vista a dar satisfação a um público cada vez mais exigente, impõe-se assim um novo projecto museológico que relance o Museu de História Natural de Porto de Mós. É fundamental, nos dias de hoje, recriar o espaço e adequá-lo ao material exposto, nos novos conceitos expositores. A vasta colecção recolhida e estimada por Francisco Furriel está quase ao abandono. Até uma tentativa de inventariação do seu acervo foi abortada, inexplicavelmente, no início de 2006. Urge de todo retomar esse trabalho, bem como redobrar a estima perdida. Um museu de história é mais que educar o olhar, é cultivar a inteligência no seu exercício observador, é tentar identificar uma lógica inerente ao real, é reconstruir, pela razão, os nexos que conferem coerência e rumo às coisas.

Casa do Barro
Um projecto que poderia contribuir para a dinamização da olaria de Porto de Mós e preservação da identidade local. O museu seria dotado de importantes valências que pudessem permitir a realização de actividades dirigidas à comunidade escolar, aos visitantes e à população em geral. A vertente museológica integraria uma exposição permanente que apresentasse, ao visitante, a olaria de Porto de Mós em retrospectiva, desde a recolha da matéria-prima até à pintura, passando pela modelação. Esta mostrar, cujo conteúdo remonta ao Neolítico, pretende valorizar e reconhecer o trabalho dos oleiros da região e o papel que a matéria-prima barro teve em todo o desenvolvimento do concelho, ao longo de muitos séculos de vida.

Casa da Pedra e do Vento
Numa região em que o calcário predomina, o objectivo do museu seria constituir um acervo representativo dos testemunhos paleontológicos e das obras de arte que, desde há muitos séculos, utilizam o famoso calcário da nossa região e, por outro lado, manter vivos os mestres artísticos e ofícios tradicionais que estão na sua origem, bem como focalizar a sua fortíssima ligação aos moinhos, cujas mós estão na base do próprio nome do concelho.

Casa da Indústria
Poderia possuir uma colecção permanente de peças, máquinas e documentos provenientes dos sectores mais representativos do desenvolvimento industrial de toda a região centro com particular destaque para o concelho de Porto de Mós, destacando-se a indústria têxtil, a moagem, a cerâmica, a extracção de pedra, a metalomecânica e a especialmente electricidade, um ícone deste espaço que mereceria capital relevo, tentando recuperar o primeiro automóvel português e as locomotivas Pedorido, muito relacionados com o local.

Casa da Arte Contemporânea
Quando é cada vez mais difícil ter acesso, nos museus e centros de arte dedicados à arte contemporânea portuguesa, a uma história activa da realidade nacional, este museu poderia afirmar-se como marco indispensável para esse conhecimento – um atento serviço educativo e uma programação coerente poderão ajudar-nos a alcançar esse desígnio. A criação de cursos de formação cultural e artística, informação e formação em torno de cada uma das iniciativas realizadas, edições de qualidade, visitas guiadas e centros de formação para públicos escolares, com actividades do mesmo tipo para público em geral e para públicos pré-especializados ou especializados, são indispensáveis. O conjunto de mecenas institucionais de grande prestígio, algumas empresas de referência Nacional, com especial relevo para a Fundação Calouste Gulbenkian, atraídos ao projecto, poderiam garantir a produção deste conjunto de iniciativas e transformar este museu numa poderosa máquina que ajudasse a acabar com a baixa cultura artística de Porto de Mós.

ARTE MOLHADA: Este novo edifício, funcionará na vertente mais vanguardista do conjunto cultural, mais ligado ao conceito de Arte Molhada - que poderá também assumir funções de multiusos - arrojado e interactivo, teria um átrio de acolhimento, um centro de investigação, arquivo electrónico municipal, mediateca especializada, um auditório de 150 lugares, uma área destinada a exposições temporárias, um centro de restauro, oficinas artísticas e, no coração do museu, uma pequena piscina, com testemunhos vivos e ao vivo das nossas artes. Enquanto que o Centro de Arte Contemporânea, dedicado à pintura, à escultura, à arquitectura, ao design, à fotografia e a outras artes emergentes, teria o acompanhamento técnico e a parceria da Fundação Calouste Gulbenkian.
A proposta teve como preocupação prioritária a explicitação dos valores patrimoniais do conjunto, da mesma forma que procurou responder, com uma solução adequada e flexível, às exigências programáticas de um museu vivo que apele aos cinco sentidos.
Num primeiro momento, a geometria elementar do novo edifício contrasta com a organicidade da envolvente, nomeadamente com o espaço histórico-industrial. Já dentro desse espaço, a rigidez aparente do invólucro, daria lugar a espaços interiores plenos, de onde saltam curvas e fluidez. Este volume é intersectado por um vazio coleante que atravessa todos os pisos, perfurando-os. O centro de cada piso teria uma forma única e diferenciada, de configuração sinuosa e orgânica, que resultaria num efeito luxuriante de formas profusamente iluminadas.

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