domingo, 18 de janeiro de 2009

17.02 - A MARCA PORTO DE MÓS

a marca

Podem os locais ser detentores de uma marca?Podem as marcas criar valor aos locais, tal como as marcas comerciais potenciam valor às empresas?Para tentar responder a esta questão, li a investigação efectuada por Wally Olins sobre a existência de marca em países que, numa análise extrapolativa pode estender-se aos locais. Refere Olins a este propósito o exemplo dos Estados Unidos da América em que a falta de projecção de uma ideia clara e coordenada levou a que, quer dentro, quer fora, o país não tenha transmitido nem explicado o que é na realidade, o que representa e quais os seus valores. Paradoxalmente com o facto de o marketing ter nascido nos Estados Unidos, este país não tem conseguido influenciar positivamente os seus públicos-alvo, pelo que os conceitos que lhe estão ancorados são a democracia, a tecnologia e o fast qualquer coisa. Tais percepções levam a que cada pessoa possa, ao mesmo tempo, exprimir relativamente aquele país sentimentos tão díspares como a admiração, o amor, a crítica e a inveja. Actualmente, com um mundo cada vez mais competitivo e uma nova economia global, os locais sentem necessidade de projectar o seu poder, a sua influência e o seu prestígio de modo a, por um lado, influenciar positivamente a sua imagem e, por outro, adquirirem uma maior auto-estima, capital tão rico para os povos. Assim, cada local deve procurar promover a sua identidade, constituída que é pela sua personalidade, cultura, história e valores próprio, para seja facilmente reconhecida.Urge, pois, e no que respeita a Porto de Mós, alterar estas percepções. Para colmatar os estereótipos nocivos, para se fazer a diferença entre consideração/respeito e desconhecimento/preconceito, tem que se actuar forçosamente em técnicas de promoção, publicidade, exposições e feiras, e constituir uma marca para o concelho. A este propósito já Rita Baptista referia que a comunicação é o ADN das marcas, pois é através de um processo conjunto de actos comunicacionais que se dá a conhecer a identidade única de uma região, que é mais forte quanto mais única e facilmente atribuível. Já Frederico d’ Orey, respondendo à pergunta “se é possível tratar um local como uma marca”, refere que não só é possível, como é desejável e que deve ser um projecto do local, de longo prazo, imprescindível para o envolvimento de todos os cidadãos. Estes devem, em primeiro lugar, rever a sua auto-imagem e saberem como querem ser vistos pelos demais.Tendo em conta que as marcas se alimentam da identidade dos locais e que, os locais também se alimentam das marcas que possuem e, aceitando ainda, que as marcas reforçam os estereótipos, é necessário que exista um redobrado cuidado com os”valores” a comercializar.

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